terça-feira, 26 de maio de 2009

O problema de competir sem treinar

Depois de um início prometedor de temporada, com exibições bastante positivas nos dois torneios do European Tour realizados no nosso país – Madeira Islands Open (49º) e Estoril Open de Portugal (54º) –, Ricardo Santos, sem dúvida um dos melhores jogadores nacionais, não tem conseguido impor o seu jogo no Challenge Tour, somando na última semana o quarto torneio consecutivo sem passar o ‘cut’ (Tusker Kenya Open, Moroccan Classic, ALLIANZ Open Côtes d'Armor Bretagne e Piemonte Open).
Pela experiência que tenho como handicap 5, uma das explicações possíveis para este momento menos bom de Ricardo Santos poderá estar no pouco tempo que o português tem tido para treinar, optando por fazer pequenas correcções no seu “swing” em vésperas de torneios consecutivos, que poderão estar a afectar a sua confiança.
Por exemplo, o número 1 mundial Tiger Woods está, por diversas vezes, várias semanas sem jogar ao mais alto nível, aproveitando para passar horas e horas no campo de treino, procurando melhorar nos aspectos técnicos e mentais, para depois, aí sim, voltar a surgir em grande forma.
Contudo, sabe-se que os jogadores portugueses não têm a mesma capacidade financeira que o craque norte-americano para se darem ao luxo de parar, desperdiçando a oportunidade de ganhar alguns milhares de euros e somar pontos no ranking, procurando garantir o seu lugar em torneios do circuito europeu na próxima época. É que jogadores como Ricardo Santos ou Tiago Cruz, que tem estado um pouco melhor no Challenge Tour, embora também tenha falhado o ‘cut’ nos dois últimos torneios, apostam unicamente numa carreira como jogadores profissionais, ao contrário da maioria dos profissionais portugueses, que optam pela via do ensino, de forma a garantir o seu futuro em termos financeiros. Isto porque, neste momento, é completamente impossível fazer carreira como jogador em Portugal.
Por isso, a dica que deixo aqui, não para os profissionais, que certamente melhor do que eu já o sabem, mas para os amadores que estão a iniciar-se no golfe, é que por vezes mais vale parar uma ou duas semanas para reflectir o que está mal no nosso jogo e corrigir, do que continuar a jogar ininterruptamente e adiar a resolução dos problemas.

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